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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Um dia qualquer


Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida. Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro. Carlos Drummond de Andrade

O sol que iluminava o dia lá fora foi encoberto pelas nuvens e o vento chega com força. Aqui dentro, estou sozinha e sem energia elétrica. Temos esse problema aqui em casa, qualquer manifestação do tempo resulta na falta de luz. Por falar em manifestação do tempo, começou a chover. Sem internet, sem TV, sem rádio e até sem sinal no celular. Fico isolada do resto do mundo, mas concentrada no meu. Olho a minha volta. Várias fotos pelo meu quarto. Quantas pessoas há nelas? Quantas histórias elas guardam? Algumas delas juraram amizade eterna, outras fizeram parte da minha infância ou de momentos inesquecíveis. Mas são poucas as que eu ainda tenho contato, as que eu sei que eu posso telefonar a qualquer hora do dia para rir ou chorar. Mas amanhã ou depois, essas pessoas podem ser substituídas por outras que aparecerão, e assim a vida segue. Olhando essas fotografias posso perceber como eu me apego as pessoas, ou melhor, a dificuldade que eu tenho em me desapegar delas. Lá fora ainda chove. Aqui dentro a energia ainda não voltou.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Para uma pessoa especial

Vivo buscando explicação para coisas sem explicação. Entre elas está a amizade com o Elson (RJ) e com o Zé (PE). Hoje de manhã, quando eu entrei no orkut, não acreditei no que eu vi. Busquei "mais informações" e vi que era tudo verdade, embora parecesse mentira.  No início era só mais uma mãe de um amigo, um amigo bem especial é verdade. Depois se tornou uma pessoa muito importante pra mim. Uma mulher que fazia tudo pela família, que sempre dava o ar da graça no Skype, com aquele sotaquezinho fluminense. Ela sempre aparecia na webcam para dar um alô, enquanto eu conversava com o filho dela. Com o tempo, eu fui percebendo o quanto eu também tinha me tornado especial para ela, tanto que, quando ela soube que eu iria para o Rio, fez questão que eu fosse visitá-la. Nunca vou esquecer da primeira vez que a vi. Aquele sorrisão enorme no rosto enquanto eu ainda subia as escadas. Para minha surpresa, além do sorriso, também tinham lágrimas no rosto dela. Lágrimas de emoção, pelo nosso encontro. Ela me recebeu com um forte abraço e dizendo que estava muito feliz por conhecer a amiga gaúcha do filho. Foram momentos breves, mas que eu levarei para sempre. Na hora da despedida, mais emoção e o desejo do reencontro. Infelizmente esse reencontro não vai acontecer. Infelizmente eu não vou mais ligar pra casa deles e ser atendida por ela. Não vou mais ver aquele rosto alegre pelo monitor do computador. Não vou mais ouvir ela me chamar de "norinha". E infelizmente eu e o Zé não podemos estar lá na Rio hoje, para dar um abraço bem forte no terceiro membro do trio de três. Mas eu sei que ele está recebendo toda a energia positiva que nós estamos enviando para ele. Sei também que ele pode sentir a nossa presença lá.

Sabem as explicações que eu disse que não existem? Pois é. Hoje eu procurei a explicação pela dor que eu senti pela perda de alguém que eu vi uma única vez, e que estava tão longe. Talvez se fosse alguém daqui de perto, com quem eu tenho mais convívio, não seria tão difícil. A explicação? Mais uma vez eu não encontrei.

A distância nunca atrapalhou a nossa forte amizade (minha, do Elson e do Zé), embora muitos por aqui não acreditem que ela seja tão forte assim. Mas hoje, excepcionalmente hoje, a distância atrapalha, faz doer um pouquinho mais.

Fica aqui, o meu carinho por essa grande mulher.