quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Os irmãos da parada
Lembro que a primeira vez eles já estavam lá. Um mais alto que o outro, supostamente mais velho. Irmãos, com certeza. A semelhança física denunciava. Eu, insegura, claro. Eles, muitos anos mais novos e com uma naturalidade de quem estava ali todas as manhãs. Subimos no mesmo ônibus. No outro dia, de novo. Nos dias seguintes, eu já não me preocupava mais em qual ônibus embarcar, era só seguir os irmãos. Duas crianças, mais confiantes que eu. Eles nunca perceberam, mas sempre os observei. Encantava-me a maneira como o mais velho cuidava do mais novo. Têm aqueles dias em que chego na parada e eles não estão. Têm outros que eles correm para não perder o ônibus. Em outros, ainda, aparece só um e eu me pego pensando no motivo que deixou o outro em casa. Eles não sabem e nunca irão saber, mas eu admiro eles.
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