Ela ainda era pequena, devia ter uns oito anos, quando parou na janela do quarto dos pais e olhou para o morro. Apesar de morar naquele lugar há pouco tempo, a garotinha chorou. Chorou, disse para a mãe, porque não queria nunca ter que sair daquela casa. Não se imaginava em outro lugar. Chorou porque já havia se apegado a tudo aquilo que a cercava.
Hoje ela olhou pela mesma janela, mas não viu mais o morro. Ele foi encoberto pela plantação de eucaliptos. Mas dessa vez ela não chorou. Embora a garotinha, hoje uma mulher, achasse triste não ver mais o morro, ela não estava triste por um dia ter que sair de lá. Sair de lá era tudo o que ela queria naquele momento.
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