Valentin - Mãe, vou procurar os nerds da escola e formar um grupo.
Mãe - Pra fazer o que?
Valentin - Pra conversar sobre a origem da vida e os mistérios do mundo.
terça-feira, 30 de outubro de 2012
sábado, 27 de outubro de 2012
Sensibilidade
Perguntar a alguém se está tudo bem, só não é mais clichê do que responder que sim, está tudo bem. Já pararam para pensar na importância em que essa simples pergunta deveria ter? Se eu quero saber como você está é por quê, teoricamente, eu me preocupo e quero saber como você se sente. Acontece que as pessoas perguntam "tudo bem?" como se estivessem cumprimentando e muitas vezes nem prestam atenção na resposta. Ouvir para quê, se sempre dizemos que está tudo certo?
Muitas vezes respondi, com um sorriso no rosto, que estava tudo ótimo e, na verdade, as coisas não iam nada bem. Em uma dessas ocasiões a pessoa olhou para mim e disse: "Tu não me enganas. Tu não estás nada bem". Nesse dia essa pessoa viu o que meus amigos mais próximos não viam. Nesse dia eu percebi que essa é uma da pessoas mais sensíveis que eu conheço.
Futuro e passado
"Vocês são almas gêmeas, menina bonita". Foi o que ela me disse quando eu respondi qual era o teu nome. Eu sorri. Uma reação de espanto e incredulidade. Mas nós somos tão diferentes, eu pensei. Só esqueci que semelhança não é critério. Ela me disse, também, que estou enganada a teu respeito. Disse que tu usas uma máscara, não para ser falso e enganar as pessoas, mas para se proteger. Ouvi, ainda, que estou preocupada com o presente e com o futuro. Tu estás preso ao passado. Pensei que fosse o contrário, hoje percebo que não. Se eu acredito que somos almas gêmeas? Talvez eu acredite nisso no dia em que nós dois estivermos no presente, e não um no futuro e outro no passado.
domingo, 21 de outubro de 2012
Chorei
Chorei. Chorei. Chorei. E é estranho, porque não consigo definir o que me fazia mal. Chorei mais. Chorei na rua, no ônibus, na frente de pessoas estranhas. Coisa que em hipótese alguma aconteceria antes. Fui forte, sim. Durante muito tempo. Mas tinham aqueles momentos que a “coisa” (vou tratar por esse nome) eclodia e não tinha como segurar. Era um medo e uma tristeza que não pareciam ter fim. E quando eu achava que não tinha mais lágrimas no meu organismo, eu chorava mais. Chorava escondido. Mas, na frente dos outros, tentava mostrar que estava tudo bem.
Dói. É angustiante, é sofrido. Perdi a vontade de fazer as coisas, a segurança, a confiança. Projetos que em uma época me empolgavam, hoje não empolgam mais. É uma vontade imensa de não ver mais ninguém. De ficar só na minha casa, atirada em algum lugar. E a sensação que eu tenho é que se eu não tiver um livro, uma televisão ou internet, eles não vão fazer falta. Mas tem momentos, momentos relâmpagos, em que tudo parece bobagem, em que tudo parece não existir. Mas eles passam, infelizmente.
Tudo complica quando alguma coisa me faz lembrar a “coisa”. Sempre fica muito claro que as decisões precisam ser minhas, em um momento que não consigo tomar decisões. Cansei de não ter resultados. Cansei de fingir que eu estou bem. Cansei. Chorei.
Jan-Mar/2012
A arte de desapegar das palavras
Graciliano Ramos, certa vez, disse que "Escrever é a arte de cortar palavras".
Ter um número de caracteres estipulados para o texto, às vezes, assusta. Por vezes pensamos que não iremos dar conta.
Depois da entrevista e do texto feito vem o apego. Você olha e percebe que tem três vezes mais o número de caracteres permitido. Isso que você e sua dupla tiveram "sorte", têm uma página a mais que os colegas. E aí, com muita dor, começa a cortar palavras. Corta, corta, corta, e o texto continua gigante. O que mais diminuir no texto, se tudo parece fundamental?
Graciliano Ramos, certa vez, disse que "Escrever é a arte de cortar palavras".
Certa vez, uma aluna da disciplina de produção em mídia impressa disse: "Escrever é a arte de desapegar das palavras".
01/04/2012
Memórias em gavetas
Sabe qual é a parte boa de (tentar) organizar nosso quarto? E as recordações que encontramos no caminho. Claro que, caso você não tenha mania de organização, colocar as coisas em ordem não é exatamente o que se possa chamar de diversão. Mas aí, você abre aquela gaveta, em que tudo é jogado para dentro. Então você encontra aquele cartão que te fez feliz, a caderneta de recadinhos do ensino médio, uma fotografia antiga, um brinquedo velho. E você lembra, revive alguns momentos e que te fazem recordar outros. Memória. E de repente foi como se sua vida passasse como um filme. "Que bom lembrar desses momentos", você pensa. E começa a organizar os livros. E lá no meio dos livro teóricos da faculdade, está o seu preferido da infância. Mais recordações.
Depois de tudo aparentemente no lugar você lembra do armário. Coloca algumas coisas para fora e encontra a primeira boneca ou o primeiro carrinho, que você guarda não porque é bonito ou moderno, mas porque foi o seu primeiro brinquedo. Nostalgia. E no meio de tantas lembranças, quando você percebe abriu a caixa de fotografias. E lá de dentro, bem, lá dentro estão eternizados os melhores momentos.
18/03/2012
Dor
"O trágico da dor, que faz com que, levada até um certo ponto, crie em nós um sentimento desesperado de angústia e impotência, é que sobre um mal cuja causa está naquelas regiões de nós mesmos onde os outros não podem chegar, ninguém pode fazer nada já que nos confundimos com a dor e que a dor não pode destruir a si mesma." (HALBWACHS, Maurice).
11/03/2012
11/03/2012
#Valentin7
Valentin, chegando da pescaria: "Nós (ele e o pai) garantimos o jantar, o almoço e a janta de amanhã. Eu peguei quatro peixes e o meu pai mais quatro. Agora a Vanessa tem que ir lá e "descascar" eles"
28/01/2012
28/01/2012
domingo, 14 de outubro de 2012
Nós
Quem diria que estaríamos hoje conversando sobre balada, pegação e curtição. Houve um tempo em que, de tanto as pessoas falarem, eu acreditei que pudéssemos ser nós e não apenas eu e você. Não que ser eu e você seja pouco para mim, é muito, aliás. Me faz bem. Nesses últimos anos você se tornou uma das pessoas mais importantes da minha vida. E hoje, ou de uns dias para cá, entendi que muita coisa não passou de fantasia nossa, de brincadeira de amigos. Libertamos-nos e isso é tão bom. Mas, a cima de tudo, é bom saber que você vai estar sempre aí para mim e eu sempre aqui para você; aconteça o que acontecer e passe o tempo for. E, pensando bem, eu e você somos nós sim, diferente de como chegamos a pensar um dia, contrariando o que muitas pessoas disseram. Somos nós, a nossa maneira, e isso nos basta.
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