Respirei fundo e decidi te escrever mais uma vez. Lembra de todas as cartas que eu prometi te enviar? Eu sei, elas nunca chegaram. E nunca chegaram por um motivo bem simples: faltou-me coragem de ir até o correio. Mas elas foram escritas, e você sabe. Uma vez eu digitalizei uma e te enviei por e-mail, lembra?
Abri a gaveta, hoje, e encontrei todas as cartas que não te enviei. Dos nossos aniversários de, de... Como eu devo chamar mesmo? Encontrei as que escrevi no dia do amigo, no teu aniversário, no natal. Eu sei, eu sei. Sei que elas foram escritas em um tempo que não volta mais. Mas de que importa? Importa que estou aqui, tantos anos depois, te escrevendo mais uma vez. Quando peguei essas velhas cartas na mão, senti tua falta. Não que eu não sinta sempre, mas foi diferente. Foi como se tudo pudesse ter sido diferente se eu as tivesse enviado.
Elas, as cartas, estão recheadas de histórias nossas, das vividas e as não vividas. E fico me perguntando se tu ainda lembras de mim. Por favor, permita-me que lhe faça um pedido, um último pedido, talvez. Não me julgues por ter sumido, por não ter enviado as cartas como prometi. Tive meus motivos.
Se receberes essa carta é porque, desta vez, eu deixei de ser covarde e fui até o correio. Talvez um dia eu te envie as cartas antigas. E talvez eu possa receber uma carta tua também.
Com amor e nostalgia,
Eu.
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